diante do mar
as horas eternas exatas flutuam
entre grãos dourados de sol
e o verde úmido nos meus pés
águas que calmam
levam ao céu, vermelho céu
coração leve de pluma azulada
nuvem dizendo vem
vento dizendo espera
vem de longe
barco que me traz quem eu sou
sonda as ondas feitas de amanhã
pontua hoje como a quem
é certo nada saber
diante do imenso
os riscos rezam teia
infinitas vontades
entre mãos de ser e devir
colando o incerto repleto de vazio
deixa vir
deixa ir
assiste com quem sonha
um sonho quem nem é seu
deixa
e a noite vem
de escuras águas
silêncio espelhando luz
tem luz
vê
ouve, ouve
houve
um novo há de vir
14jun25
(saindo da toca, nariz pra fora do buraco, respira fundo, pega ar, boia, nada, mergulha e volta)